Só voltei ao trabalho na quinta-feira, me sentindo ainda muito fraca. Depois do susto das suspeitas do marido, que resolve me perguntar se eu não to sentindo tanta dor pq tinha tido uma aborto espontâneo. Hora, claro que não. Mas a pulga ficou atrás da oreia. Lá vai eu, linda, pálida e franquinha de volta a caminho da Reebok. Lá, todo mundo perguntando como eu estava, e eu no tom de brincadeira falava ao povo das suspeita "sem fundamento do marido", o povo só completava. - Pode ser!! - Nem preciso dizer que de cabreira comecei a ficar com medo, mas ã tarde me aparece a Simone, do Dpto de Relações Humanas pra perguntar como eu estava, se já me sentia bem. Cai na besteira de contar pra ela, ela só faltou me arrastar da minha mesa de trabalho pra ligar pra o meu médico, só que o bendito está de férias, então eu tinha que telefonar e marcar uma consulta com o substituto, - que de passagem simpatizei horrores. Só que ai, eu já tava suando frio, quase acreditando que era mesmo possivel ter perdido um bêbe.
Lá vai eu na sexta 9h da manhã olhar pra cara do médico pra dizer que tive, uma PUTA de uma TPM e que só tava ali por exigencia da empresa. Mas, antes, fiz o teste de gravidez. Só pra ter certeza, no fim até fiquei desapontada por não estar. :(
Monta, desmonta
Se pensarem em alguém que gosta de montar coisas, sou eu. Esse findi, fomos ao Ikea comprar as benditas das vitrines pra os meus bibelots.

Acabou que compramos tbm um móvel pra TV. TV esta que pifou na quinta-feira passada às dez da noite para ser mais precisa. Por enquanto usamos a nossa pequena, pequenininha.

No domingo, depois de uma noitada de carnaval (próximo assunto), acordamos bem dispostos e fomos lá, começar a desmontar a velha vitrine, que a antiga moradora deixou pra nós.
Primeiro, muda tudo na sala, limpa o pó dos lugares impossiveis, desmonta a bagaça toda, joga tudo em cima da cama. Vitrine pra o lixo, lugares pra tudo definidos, hora de abrir as caixas e começar a montagem. Pega manual, olha se os parafusos estão corretos, pega a primeira prateleira e TCHUM.
Marido - Tá certo não, isso!
Eu: o que?
Marido: O parafuso daqui é muito pequeno em relação aos buracos.
Comecei a olhar tudo, e cheguei a conclusão:
Eu: ligamos pra o Ikea, hj tá aberto. Olha na internet.
Marido: Liga tu, pergunta se dá pra trocar lá.
Eu: ué, pq eu?
Marido: eu não gosto de fazer isso
Eu: Arigó, matuto
Marido: que é isso?
Eu: deixe pra lá.
Lá vamos nós pra Delft trocar o móvel, aproveita leva os spots que compramos errados pras vitrines e pegarmos os corretos. Foi àquele stress até Delft, pq o nosso carro pequeno não cabia a bagaceira da primeira vez, muito menos da segunda. Era aquela pranhca atravessada da cadeira do passageiro,até atrás. Eu sentada atrás do Aad, segurando como podia a caixa pesada. Cada freiada ela ia pra frente, se não segurasse, ia diretinho pra o tocador de cd do carro.
Chegamos lá, stress pra estacionar, achamos o atendimento ao consumidor, devolvemos as coisas e explicamos tudo. Pronto, entra de novo, pega os spots certos e no armazém o móvel. Pagamos, fomos para o carro. Quando eu me dou conta que havia esquecido os spots (lindos) no caixa. Corro de volta igual uma desembestada pra ver que a senhora muito sipatica que estava atrás de mim na fila, deve ter levado meus lindos spot. Volto com aquela cara de frustração horrorosa. Em casa, levo o cão pra passear e o Aad estaciona o carro. Andando ainda em minha direção, ele diz:
Marido: Que coisa horrivel!
Eu: Que foi, não vai me dizer que tem alguma coisa quebrada?
Marido: não, fomos à Delft pra nada.
Eu: Como assim?
Marido: a pracha que tentamos montar era de baixo.
Eu: sim
Marido: a gente deveria ter começado com a de cima, o desenho era o da prancha de cima. Em outras palavras nós dois somos dois idiotas. Dois burros.
Eu: Não! Sério...acho que eu vou chorar!
Well, depois de ultrapassarmos a fazer de autoxingamentos, montamos tudo, ficou uma beleuza. Eu continuo sem espaço pra minha mesa, mas ficou lindinho mesmo. Assim que meun sogro mandar as fotos eu coloco aqui.
O véio bitoqueiro salvou meu carnaval
No sábado após o Ikea, fomos ao um café, eu ainda fraquinha nem consegui comer. Tava chatinha, muito chatinha. Pegamos o Maurice, discutimos lindamente no carro. Ficamos um bocado na casa de outro amigo do Aad, o Ferry. Depois fomos a um café, que pra surpresa deles, tava mortinho.
Decidiram ir a outro, por mim já tinha desistido da noite. Maurice num certo momento ficou passando mal, Aad leva pra casa. A gente sentou numa mesa perto do exaustor, minha salvação. Depois veio um véio e se intalou lá no canto, na mesma mesa. Sem pró. Passado um tempo, mil e uma música que eles teimam em chamar de música de carnaval, aquela fumaça horrorosa, o véio começou a puxar papo. Uma vez ou outra ele saia com umas coisas engraçadas. E foi ele quem terminou salvando a minha noite. tocou até a famosa ainda por aqui, "chorando se foi..." E umas outras que num tinham nada a ver. Mas, não tocaram André Hazes (leia-se brega holandês da mesma categoria de Amado Batista e Reginaldo Rossi), minha redenção. Numa certa hora o véio tava conversando e faz bico pra mim. Heim? Ele quer beijo - penso eu. Era...mas eu fiz aquela cara de nah-naão- Sai- pra- lá-ce-tá-doido! E continuei rindo. Depois chegou uma garota e ele fez o mesmo, e ela deu uma bitoquinha nele, foi ai que eu percebi que ele não só queria um beijinho, mas bitoca. E sinceramente, bitoca é foda.
Fora esse, digamos, estranho momento. Ele era muito legal, dei um abraço nele quando estavamos indo embora. Pq eu estava verde de enjoôu da fumaça. Cheguei em casa, lavar cabelo de novo às 3h da madruga é fogo, de resto vcs só precisam saber que saídas assim são afrodisiacos maravilhosos.
Quando o assunto é enterro!
De novo tive aquela conversa surrealista na minha própria sala de estar, como é que vai ser quando eu morrer? Anteriormente eu já tinha escolhido: é cremação. Pq? Porque quero que minhas cinzas sejam levadas para o Brasil e jogadas na praia do Francês, durante uma cerimonia ecumênica. Para isso deixarei um documento ao meu marido explicando tudo. O núcleo da conversa apareceu à minha porta por volta das 7:30 da noite. Isto é, o carinha que faz esses tipos de seguro veio explicar que o que tinhamos antes não ia cobrir tudo, e tra lá lá. Como a única coisa certa na vida, infelizmente é morrer mesmo. Fechamos outro seguro com a mesma seguradora.
Continua sendo muito estranho debater com alguém que não se conhece, o que se vai fazer com o seu corpo depois que vc morrer.
Marido:tô nem ai. Pra mim tanto faz.
Eu: Tá, a gente num tem nem quintal, pra eu te enterrar lá, que é que eu vou fazer? Cortar em pedacinhos e esconder nos vasinhos das plantas?
Pois é, assim de 10 euros vamos pagar um caixão mais caro e uma passagem para o Brasil, por 31 euros por mês.
Bunitinha e ordinária eu
Eu: to louca pra assistie Brokeback Moutain
Marido: já me disse umas quinhentas vezes.
Eu: parece ser uma filme muito bom.
Marido: Sobre o que?
Eu: cowboys
Marido: cowboys, vc não gosta de filmes de cowboys, pq esse é especial?
Eu: aah, tá todo mundo falando a respeito
Marido: Só por isso?
Eu: não (rindo meio com cara de anta)
Marido: só de cowboys? E vc quer assistir.
Eu: bem, eles são cowboys, mas tbm são gays.
Marido: AAh tá explicado. Que diabos que ce tem com gays? Tudo que tem à ver vc adora.
Eu: Sei lá, eles são legais.
Marido: humpf!!!
Eu rolando de rir
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