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quarta-feira, abril 25, 2012

No muro...das lamentações

Eu estou não apenas com um sapo na garganta, tô com uma rã tbm..e todo o reino anfíbio. Já disse aqui antes sobre meus pé atrás com a conversão dos meus pais para a igreja evangélica, pq minha mãe se tornou uma época quase fanática. Mas, olha eles estão felizes e não é a minha vida. É a deles.
Só que o que me deixou mal é o afastamento de todo o resto da familia, tenho que dá a mão a palmatória que minha mãe tem razão em algumas coisas. Entendo o ponto de vista dos dois lados, o que eu não entendo é o cortar de laços de quem já foi muito próximo.
Meus pais quando tinham a farmácia todo mundo aparecia por lá, quando eu era pequena nós íamos pras festas de aniversário, casamento e por ai vai. Ai veio o primeiro problema financeiro sério desde que o meu pai adoeceu pela primeira vez, minha mãe estava com o coração coberto de gordura e teve que fazer tratamento em São Paulo. Dos dois meses que ela ficou pra lá, meu pai ficou um com ela. Enfim, a coisa desandou tanto que quando meu pai voltou, tinha duplicada em cartório, meu irmão que na época tinha apenas 2 anos estava com pneumonia e meu irmão de 9 ainda "roubou" a chave do carro umas duas vezes e "emprestou" pra o vizinho de 16. Meu pai foi quase a falência, tivemos que vender quase tudo, de casa, a carro e terrenos. Foram mais de 3 anos tentando se levantar. Fui aos 12 trabalhar com meu pai na farmácia. Meu pais pararam de receber convites para as festas, de serem convidados para jantares e por ai adiante. No fim de uns 3 anos, meu pai teve a sorte de ganhar um "bugre" vermelhinho. Um dia depois fui com ele no mecânico e ele passou na casa do irmão que por um milagre o convidou para sair no sábado pra uma festa. Tempos mudaram, melhoramos muito financeiramente. Meu pai voltou a comprar terrenos, reformou a casa, tinha antena parabólica, carro bonito na garagem. comprou o terreno atrás do nosso quintal imenso e mandou construir uma garagem enorme, que chegou a caber 4 carros. E veio a adoecer muito de novo e aos poucos as coisas chegaram de novo num ponto que ele pediu falência (eu já morava na Holanda). E os convites não apenas escassearam de novo como eles foram jogados pra escanteio. Se mudaram pra outra rua e venderam o prédio da casa e da farmácia onde morávamos. A situação de ostracismo involuntário que eles foram submetidos me doi. Ninguém, quer ouvir duas pessoas com problemas. E eu tenho que admitir que eles reclamam, minha mãe está azeda e amargurada com esse tratamento da familia.
Meu pai ficou muito traumatizado com tudo, ele perdeu a farmácia, estava muito doente, ainda sofreu um atropelamento e a mãe dele morreu. Tudo no mesmo período. Ele chora ainda muito a morte dela, pq ele não podia andar e meu tio achou imprudente leva-lo pra vê-la no hospital. Na mesma noite ela faleceu.
Do lado da minha mãe, o povo é de muita festa..muita cerveja e minha mãe sempre achou um exagero. Nunca íamos pros aniversários, mas sempre eramos convidados. Então tem essas sobrinha da minha avó, que tem 3 filhas, uma da idade da minha mãe. Elas cresceram juntas, eu vivia na casa delas. Tanto que ela se tornou minha madrinha e eu gosto muito dela.
Ontem, liguei pra minha mãe meio que pra sondar se ela sabia do casamento da filha da minha madrinha e ela disse que não. A avó dela, sempre passa lá na casa dos meus pais pra ir a igreja e ela para. Faz conversa com meu pai.
Tenho que admitir que fiquei muito magoada com o fato da minha madrinha não ter sequer convidado minha mãe. Que ela fosse ou não por causa dos problemas de saúde. A falta de carinho e respeito da familia com o sofrimento que meus pais passaram nos últimos anos me deixam muito triste. Meu tio, culpa a igreja da minha mãe. Mas eu não acredito mais nisso. Se havia algum tipo de consideração,  amizade verdadeira teria sobrevivido a essa fase negra que meus pais passaram.
Só me dá vontade de ligar pra minha madrinha e na buxa perguntar o porquê da falta de consideração, pq meus pais foram excluídos.
Para os enterros eles são chamados!

Um dia falo na cara deles o que penso sobre isso...

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