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quarta-feira, outubro 10, 2012

Pequenos "grandes" dramas da minha vidinha aqui

INTEGRAÇÃO e trabalho

Desde que cheguei aqui eu trabalho, demorei uns tempos até conhecer alguém..e fui sem medo nem culpa fazer faxina num complexo de escritórios. Em dezembro...a neve caindo e eu chorando olhando através da janela. Lembrei do meu pai, ele conta que foi sozinho pra São Paulo aos 16 anos fugido de casa, passou fome a ponto de tomar uma vitamina de banana por dia pq não podia pagar mais nada! Chegou a uma lanchonete e pediu um PF. Após comer desmaiou. Ao acordar..pediu desculpa ao dono do bar e disse q ia limpar a lanchonete toda pra pagar a comida. O dono do bar não só deixou ele limpar tudo..como prometeu que ele podia ir almoçar todo dia lá até arrumar um emprego. E assim foi. Com o primeiro salário meu pai voltou lá e foi pagar..o dono disse que a honestidade dele já tinha pago e ele não devia nada. E eu aprendi que nenhum trabalho era indigno, desde que vc fosse honesto. Eu não sentia isso. Minha sogra notava e me dizia que quando chegou tbm fez faxina em hospital, por anos.
Eu continuo descontente com o rumo que a minha vida tomou por aqui...continuo a lutar por algo melhor. Porém, tenho a impressão que só levo cacetada!
Três anos atrás quando finalmente eu fiquei bem da depressão, peguei meus documentos e mandei avaliar meu diploma...comecei a procurar emprego de novo. Preparar pra finalmente alçar vôos. Ai veio a empresa e me derrubou antes de bater as asas. Iriam fechar, a promessa de escolarização, a crise e a graninha me fizeram ficar. Um ano e meio se passou e as coisas estam se arrastando a um ponto angústiante.

Tô vendo que aqui vc tbm precisa de uma rede de conhecidos e colocados em algum lugar. Pq indicação é tudo. Depois é com vc...mas aquela primeira entrevista pra aquela vaga que vc não sabia que estava aberta. Essa sim..vc precisa de alguém de dentro.

Pra piorar a situação tinha um grupinho q saia junto, que se socializava no trabalho, promovia festinha quase todo fim de semana, agora esse grupo se dissolveu, a "LOURA" arrumou um namorado rico, chegou a me mandar a ficar em silêncio pq ela não tava a fim de falar sobre trabalho na hora da pausa. Agora só dou bom dia e boa tarde. Se ela fala comigo sou um sorriso e digo que bom. Outra tbm já não fala com ela. A tuga resolveu que a amiga brasileira não servia pra amiga e deixou de falar com ela. Eu ficava num canto na cantina...sossegada..olhando a internet.

Eu pensei que, quando o Tiago entrasse na escola fosse mais fácil pra me socializar com outras mães na escola. eu não tô conseguindo quebrar a barreira. Elas ficam em grupinhos ... falo com uma ou outra...mas no geral não está sendo fácil como eu pensei que seria. E isso está me deixando muito mal! Nem tô sabendo como abordar o povo. Não quero viver apenas rodeada de brasileiros falando português, não quero viver encapsulada assim e ficar igual aos turcos e marroquinos que não se misturam. Contudo, começo a entender pq isso acontece. Marido se afastou dos "amigos" que tinha e eu dou graças a Deus. Agora vive num limbo...o que dificulta a minha vida tbm!

Tenho que mudar essas situações o mais rápido possível...só não sei ainda por onde começar!





3 soltaram a lingua:

Eliana disse...

Eu entendo a sua situação. Não todo trabalho honesto é digno, mas fazer o que você não quer e não gosta, realmente não é bom. Já vi gente conseguindo trabalho só porque falava português hahaha ou porque mora num lugar mais industrializado, enfim...Indicação também é tudo, mas os contatos não podem ser baseados nisso. Já vi muita gente correndo atrás dos outros pra poder ter contatos e assim conseguir ser indicado pra alguma coisa. Não é fácil conseguir espaço entre os holandeses, são fechados e reservados por natureza e muitas vezes nos custa uma energia imensurável. Claro, se vc estiver disposta e anunciar um café na sua casa, acho que todo mundo vai aparecer. Bom, não sei se já tentou algo assim. Fique na sua, faça contato com quem também mostra interesse por você. Veja também como você reage perto das pessoas. Agora tem um velho ditado que vale e muito, muitas vezes é melhor só do que mal acompanhada.
E quanto ao trabalho, dá trabalho procurar trabalho, custa tempo e energia, mas se vc tá mesmo a fim, coloque a mão na massa pra ver no que dá...uma hora o que vc quer há de dar certo. Acho que tem que confiar. Boa sorte.

Ma disse...

Oi, vc não me conhece, mas eu leio seu blog. Eu sei o que é isso, grupinho de mães, tem mesmo. Sabe como eu quebrei a barreira delas? Primeiro passo: comece a chamar os guris pra brincar na sua casa. Chega junto mesmo de uma e fala "O fulaninho estava querendo brincar com seu filho, vamos marcar um dia pra ele ir lá em casa?"Assim, já com a agenda na mão pra mulher não poder escapar. Tenta achar um tempo, sei que vc trabalha e ficar com moleque em casa é uó, mas funciona! Menina, depois que a gente vence a nossa barreira de perder a vergonha e vai falar com elas a coisa flui. Hoje eu corro mais das outras mães do que elas de mim porque me enchem o saco demais! Tenta, funciona. Abraços. ( meu blog é seguindoahistoria.blogspot.com)

Adriana disse...

Adriana, também pensava que sem indicação não se achava emprego aqui, mas eu estava errada. Tenho 3 amigas, networking zero, comi o pão que o diabo amassou ( você acompanhou e sei que lembra ), mas no fim, o segredo foi mesmo um só: persistência. Pesquisei mil websites para construir um bom CV com uma ótima carta de apresentação, e todos os dias eu pesquisava site de emprego por site de emprego, mandava CV's todas as semanas, nem uma vaguinha passou por mim sem receber meu CV. Fui chamada para entrevistas em 17 empresas ao longo de quase 2 anos. Nessas empresas cheguei na maioria das vezes até a terceira fase, foram quase 50 entrevistas. Total 15 nãos para 2 sims. É muito não, chorei muito. Mas não desisti, na minha cabeça eu não tinha essa opção, ía viver do quê, ía voltar pro Brasil como? Encarei o primeiro emprego a 180km de casa, por mais de um ano, foi difícil, mas com aquela experiência tudo se tornou mais fácil depois. Foram os 4 anos mais difíceis da minha vida, mas sobrevivi. Ninguém vai entender o que vc está passando, só vc mesmo; desculpas só atrapalharão vc mesma - o mundo continuará girando como sempre; ninguém vai te motivar, vc tem que achar razões pra continuar. Lembre-se: foco, paciência, persistência. Boa sorte, Adriana